quinta-feira, 20 de maio de 2010

Compartilhando > Quando é inevitável...

Bem, partindo do pressuposto de que ainda existem visitantes por aqui, resolvi (re)começar me desculpando pela ausência; e fazendo algo diferente, hoje vou postar um conto postado no mês passado pelo Fernando Ramos , já queria ter compartilhado com vocês algum texto dele antes, e achei legal fazer isso agora. Então para não me estender muito vou deixar vocês com um continho perverso do queridão. Não deixem de comentar, o texto e o que acharam da idéia de colocar aqui posts de outros blogs que eu gosto de acompanhar.

QUANDO É INEVITÁVEL...



Imagem: Beco Escuro
Sexo casual é a única modalidade em que você fica feliz por não receber ligações do casinho nos dias seguintes. (Fernando Ramos)

- É o seguinte, se o senhor vai mesmo fazer isso, faça-o direito! - Ele a olhou, sorriu sem entender e tornou a partir para cima dela.
- Já disse: se é pra fazê-lo, faça-o direito!
- Agora chega! Quem cê pensa que é?
- Ah, então estamos começando a nos entender, né, já que me abordou da forma mais bronca possível. Bom, chamo-me Elisa, sou professora. Mas neste nosso caso específico...
- Tu é a mocinha, a vítima, porra! E eu, tá me olhando bem? Sabe quem sou? Ou melhor, o que eu faço?
- Sei. Você é meu algoz.
- Algó, o quê?
- Tsc, deixe pra lá. Você é o Maníaco-do-Olho-Verde, todo mundo da cidade já sabe. E até que você é jeitoso, viu...
- Cê tá muito engraçadinha, dona. Mas eu te ponho nos eixos agora...
- Nem ouse me levantar a mão!
- Opa, calma, calma, dona! Vira esse revólver pra lá...
- Não ia te machucar. Já guardei, ó. Eu só quero que faça a coisa direito...
- Deixa eu entender: quer que te estupre mesmo assim?
- Tecnicamente não será mais um estupro, já que estou te dando minha anuência.
- Anu, o quê?
- Anuência...
- Olha, já vi chamar xoxota de todo nome, menos dessa anu aí que você falou...
- Não, burro.
- Ei, ei, ei, ei...
- Tá, tá...desculpe, é que você não teve acesso a estudo, culpa do Estado e blá, blá, blá. Mas o que eu dizia é que não será estupro porque vou consentir, vou concordar com o “ato”.
- Ah, tá! A senhora tem nada na cabeça não, né, dona?
- Sabe, querido, namorei por seis anos e tinha uma vida sexual muitíssimo ativa. Mas há seis meses que acabou. E sabe como são essas coisas, né? Tudo que fazemos muito na vida, mais queremos fazer. Estou cansada do meu chuveirinho e de lá pra cá fix sexo, casual, por duas vezes apenas. E tenho plena certeza de quê você não será pior do que eles, o que não é muito difícil...
- Isso só pode ser pegadinha! A senhora é da polícia, dona? Cadê a câmera, cadê?
- Ô seu, seu...
- É Miguel.
- Sim. Miguel e por acaso essa lingerie também tem a ver com alguma pegadinha? - Ela disse levantando a saia e se exibindo ao agora pseudoestuprador, arrebatado.
- Rapaz!
- Ui! Esse puxão foi muito bom! Assim, isso... Ah, não, cara. Homem é tudo igual mesmo. Pôxa, nem pra me falar sacanagens ao ouvido, nem me deixou com tesão e já tá com a mão dentro da minha calcinha?
- Mas ué?
- Ué, nada! Assim não estarei lubrificada, vai me machucar, vai te machucar...
- Mas...
- Faça assim: beije aqui meu pescoço, ó... hummmm, isso...Putz, mas que hálito horrível, hein?
- Dona, assim fica complicado. Cê reclama de tudo!
- Se você fizesse a coisa direitinho, com esses seus olhões verdes aí, hummmm, teria clientes ao invés de vítimas!
- Ah! Chega de conversar bolacha! Vem cá!
- Ui! Puxão no cabelo! Isso, beijinho no pescoço, até fiquei molhada agora. Isso, isso, aí, no seio, bem aí no mamilo! Ai, toma aqui a camisinha, toma. Isso, ponha, desenrole-a, isso. Quero você aqui ó. Isso, esfrega...
- Ué, dona! Tu tá menstruada?!
- Tô! Qual o problema?
- É que...não, nenhum, dona, nenhum!
- Então vem, vem...vou me apoiar à parede, olha. Isso, vem, vem, vem... Vem? O que tá acontecendo?
- Ah, dona, é muita pressão!
- Pressão o escambáu! Não pus minha melhor lingerie e estou a sua espreita há duas semanas à toa, não! Pode dar um jeito nessa tua ereção meia-bomba!
- Na espreita? Quer dizer que cê...
- Cale a boca! Agora me penetra direito, porra! E nem adianta pedir que não vou te chupar, não! Venha logo!
- ...
- Quer parar de sarrar? Se acha que entrou, não entrou, não!
- ...
- Ah, saco! Sai, sai, sai! Se meia-bomba não estava dando, desse jeito então..
- Desculpe, dona. Isso nunca me aconteceu antes, talvez seja a menstruação, ou a situação e...
- Ah, puta merda! Quer saber? - Procurou por algo na bolsa. - Cansei! Estuprador fresco e broxa não dá, não dá! – E deu dois tiros no saco do estuprador antes de ir embora.
Versos da música trouxa da vez:
"Valeu
Essa noite eu vou ser seu
Aproveita
Eu quero me entregar
Valeu
Só não vou te prometer
Que vai me ver
Quando o dia chegar"
Valeu, Exaltasamba.

Fernando Ramos
Ah! Claro, mais do Fernando você encontra aqui, aqui e aqui... apreciem sem moderação rs.

2 comentários:

  1. Bom texto, dei uma passada nos outros blogs o cara realmente escreve bem, torna a leitura gostosa e envolvente. Muito legal a ideia de postar textos de quem você acompanha.
    Vê se não some por tanto tempo heim mocinha.

    Beijão Rô

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  2. Eu estarei sempre por aqui... e escolher um texto do Fernando foi uma ótima forma de recomeçar! ;)

    Beijo!

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